sábado, 2 de agosto de 2008

Porquê a Psicomotricidade na Infância?

Ao longo do seu desenvolvimento a criança comunica com o mundo através da sua expressão corporal, tornando-se o seu comportamento reflexo do modo como interioriza as experiências vividas. Quando estas mesmas vivências se revelam insuficientes para proporcionar o seu bem-estar, a criança cria inconscientemente barreiras ao seu próprio desenvolvimento. Este sentimento de falta de bem-estar pode originar o aparecimento de frustrações, conflitos internos quando a criança se apercebe que não está à altura de responder às situações do dia-a-dia que devia ser capaz de alcançar sem dificuldades.

Como resposta a estas dificuldades surge a Terapia Psicomotora que ajuda a criança a reestruturar as funções motoras, emocionais, comportamentais e cognitivas que possam estar comprometidas e que se reflectem através da inadequada expressão corporal e da ineficaz comunicação não-verbal. A Terapia Psicomotora proporciona à criança a possibilidade de conhecer melhor o seu corpo ajudando-a perceber os sentimentos e pensamentos que tem dentro de si. Para tal, desenvolvem-se as capacidades psicomotoras das crianças: Tonicidade, Equilibração, Lateralização, Noção do Corpo, Estruturação Espacio – Temporal, Praxia Global e Praxia Fina.

“É preciso que o corpo se torne imagem para ser pensado, como é preciso que ele seja amado para ser sentido” (Georges Pons, 1995)

A A Consulta de Psicomotricidade


A Terapia Psicomotora intervém como terapia de mediação corporal incidindo na expressão motora inadequada ou inadaptada, mas estendendo os seus objectivos à reorganização psico-afectiva e social e à promoção das competências cognitivas. A intervenção psicomotora é indicada para qualquer idade, para todas as crianças em geral, e em particular, aquelas que possam apresentar necessidades em diversas áreas:

- Ao nível corporal, como por exemplo, problemas de equilíbrio, de coordenação, lateralidade, perturbações do esquema corporal e espacio-temporais, ou outros tipos de capacidades, tais como: subir e descer escadas, comer/vestir sozinho, agarrar (bola, tesoura, lápis, …), atirar, ...;

- Ao nível relacional, ou seja dificuldades de comunicação e de contacto, timidez, instabilidade, agressividade, hiperactividade, impulsividade, dificuldade de aceitação de regras, entre outros;

- Ou mesmo a nível cognitivo, com os problemas de atenção, de memória, de associação de imagens a objectos, de leitura, de escrita, etc..


As sessões de Terapia Psicomotora são baseadas em actividades lúdicas cujo objectivo da brincadeira é interagir com as crianças para que possam crescer de forma mais equilibrada, pois pretende-se desenvolver as suas capacidades motoras, emocionais, cognitivas e sociais e equipá-las para o eficaz acompanhamento das actividades curriculares. Por outras palavras usa-se o jogo para que a criança conheça melhor o seu corpo, os seus limites e mais importante, aquilo que é capaz de fazer.

A Terapia Psicomotora pode surgir em 3 sentidos:

- Preventivo, inclui a promoção e estimulação do desenvolvimento da criança;

- Educativo, nos contextos ditos em que se pretende essencialmente estimular o desenvolvimento psicomotor e o potencial de aprendizagem;

- Reeducativo ou terapêutico, quando a dinâmica do desenvolvimento e da aprendizagem está comprometida.

A Psicomotricidade tem como instrumentos principais as técnicas de relaxação e consciencialização corporal, actividades expressivas, actividades lúdicas e actividades motoras consciencializadas;

O Psicomotricista tem como competências: avaliação e diagnóstico do perfil e desenvolvimento psicomotor; prescrição, planeamento, avaliação, implementação e reavaliação de programas de psicomotricidade; consultoria e organização de serviços vocacionados para a psicomotricidade; proposta de adaptações envolvimentais (familiares ou escolares) susceptíveis de maximizarem as respostas reeducativas ou terapêuticas decorrentes da intervenção directa.

Áreas de Intervenção:

- Perturbações do Desenvolvimento;

- Intervenção Precoce;

- Desenvolvimento de Competências Pessoais e Sociais;

- (Re)educação Cognitiva;

- Dificuldades de Aprendizagem;

- Natação Adaptada;

- Gerontopsicomotricidade.


P

Pensar o Corpo, para o Corpo poder Sentir,

Sentir o Corpo para o Corpo poder Pensar.

(Associação Portuguesa de Psicomotricidade)